
Confesso que nunca tinha ouvido falar da Ervideira até me hospedar bem em frente a uma loja da marca no centro histórico de Évora, durante minha passagem pelo Alentejo em outubro do ano passado [2015]. Hoje, sou um fã fervoroso … Continuar lendo
Confesso que nunca tinha ouvido falar da Ervideira até me hospedar bem em frente a uma loja da marca no centro histórico de Évora, durante minha passagem pelo Alentejo em outubro do ano passado [2015]. Hoje, sou um fã fervoroso … Continuar lendo
Douro Superior. Estamos na porção mais oriental da região demarcada mais antiga do mundo. Para ser exato, na Quinta de Castelo Melhor, a um quilômetro da vila que lhe empresta o nome (concelho de Vila Nova de Foz Côa). Uma maravilha de propriedade. Aqui são cultivadas uvas que entram no blend dos vinhos Duorum, parceria entre os enólogos João Portugal Ramos e José Maria Soares Franco.
Perceba como o desnível do terreno é acentuado. Lá embaixo, no fundo do vale, pode fazer muito mais calor que aqui em cima. Na prática, há dois micro-climas distintos. No mais quente e abafado, as uvas maduras apresentam maior concentração de açúcares, dando origem a vinhos mais concentrados e intensos. Já no ambiente mais fresco e arejado, acontece o contrário, resultando vinhos mais leves e com maior acidez. Dessa diversidade nasceram, em 2008, dois grandes rótulos da Duorum: o O. Leucura Cota 200, feito com as uvas mais calorentas da encosta, e o O. Leucura Cota 400, com as uvas fresquinhas das terras altas. As castas são rigorosamente as mesmas, Touriga Nacional e Touriga Franca. Mas os vinhos… Eles não poderiam ser mais diferentes um do outro.
Essas duas Tourigas, Nacional e Franca, são as castas predominantes na Quinta de Castelo Melhor – correspondem a 38% e 34% da área plantada, respectivamente. Em terceiro lugar aparece a Souzão (17%), cujos cachos ilustram este post. Considerada a mais tinta das castas portuguesas, ela é originária do Minho e foi introduzida no Douro há cerca de 300 anos. Entra no blend de certos rótulos da Duorum (inclusive vinhos do porto vintage) para garantir-lhes a intensidade da cor e alguma frescura.
© Fotos: Eduardo Lima / Walkabout – Todos os direitos reservados
Além da Quinta do Vesuvio, visitei outras três preciosidades do Douro Superior durante a minha passagem por lá, no último mês de setembro. Um delas foi a espetacular Quinta de Ervamoira, sobre a qual já escrevi neste blog (aqui). São aproximadamente 150 hectares de vinhas com idade média de 30 anos, cultivadas exclusivamente no sistema de plantação vertical. “Das castas aí produzidas, apenas 10% são brancas”, informa o website da Ramos Pinto. “Dos restantes 90%, 32% pertencem à casta Touriga Nacional, 22% à Touriga Franca, 11% à Tinta Roriz, 7% à Tinta Barroca, 7% à Tinta da Barca e 21% de mistura.”
Estive também nas quintas de Castelo Melhor e do Custódio, ambas propriedades da Duorum e não menos exuberantes que Ervamoira. Na primeira, passei uma manhã e um final de tarde fotografando os socalcos sobre a margem esquerda do Douro. Na segunda, fui acompanhar um dia de vindima – cujas imagens prefiro guardar para o próximo post.
© Fotos: Eduardo Lima / Walkabout – Todos os direitos reservados
Diz o site da Taylor´s – uma das grandes produtoras de vinho do porto – que o Douro é uma das regiões mais ricas do mundo em castas autóctones, com centenas de variedades únicas. Entre as tintas, destacam-se pelo menos 7 castas: Tinta Barroca, Tinta Roriz, Tinto Cão, Touriga Franca, Touriga Nacional, Sousão e Tinta Amarela (Trincadeira). Já entre as brancas, os destaques são Gouveio, Malvasia Fina, Moscatel, Rabigato e Viosinho.
A parreira da imagem fica na Quinta de Vargellas, uma propriedade da Taylor´s no Douro Superior. Era outono quando fiz essa foto, dia 13 de outubro de 2012. Perceba como as folhas estão avermelhadas. Toda a região fica especialmente linda nessa época do ano.
Não sei dizer qual é a casta. Parei para clicar esses cachos de uva quando já estava indo embora. Não encontrei ninguém no caminho, dali até o portão de saída, que pudesse me informar. Eu estava com um pouco de pressa, tinha de cumprir mais uma pauta em seguida. Acabei não voltando até a sede da quinta para perguntar. Uma lástima, fico devendo essa informação. Mas só por enquanto. Ainda vou achar um especialista que bata o olho na foto e me diga qual é a variedade em questão.
© Foto: Eduardo Lima / Walkabout – Todos os direitos reservados