Eis a Torre de Belém em horário de maré alta. Isso mesmo: embora fique em um rio, o monumento está sujeito ao movimento das marés. É que o oceano Atlântico fica logo ali, a menos de cinco quilômetros de distância. A variação entre a cheia e a vazante no estuário do Tejo pode passar dos três metros. Não se surpreenda, portanto, ao ver a torre completamente cercada de água pela manhã e reencontrá-la unida à margem direita algumas horas mais tarde.
A seguir, mais um trecho de texto extraído da plataforma educativa da RTP.
“A pequena fortaleza, considerada um dos mais originais edifícios de arquitetura militar do reinado de D. Manuel, é obra de Francisco de Arruda, que a tem pronta em seis anos, em 1520. Projetada para defender a barra da cidade, funciona como um navio de pedra, equipado com artilharia na zona térrea para fazer fogo rasante e cruzado com a Torre Velha, situada na margem sul do rio. Mas, ao longo dos tempos, a fortificação irá desempenhar funções de controle aduaneiro, vai ser farol, telégrafo e até prisão (por sinal, bem terrível).
A torre de menagem, estrutura medieval, destaca-se do conjunto. Ladeada pelos símbolos do rei, a esfera armilar e a cruz de Cristo, era a casa do governador. O varandim é cercado de guaritas, com cúpulas exóticas, inspiradas no oriente. A decoração que envolve e sobressai nos três pisos do edifício é própria do estilo manuelino, com os elementos naturalistas em grande destaque.”

Torre de Belém: um edifício militar dos mais originais
© Foto: Eduardo Lima / Walkabout – Todos os direitos reservados