As fotos reunidas aqui são de duas peças provenientes da antiga necrópole de Aeminium, como era chamada a cidade de Coimbra na época do Império Romano. Nas duas primeiras imagens, o que se vê é uma árula – em outras palavras, um pequeno altar funerário. O Museu Nacional de Machado de Castro descreve assim o artefato:
“Procedente das destruições da zona do castelo, esta pequena ara foi consagrada aos deuses Manes, em memória de Vagelia Rufina Júnior, por seu avô, Álio Avito, e seu pai, Silvânio Silvano. A ausência de menção à idade da menina e a descoberta, no lugar da mesma necrópole, de um cipo funerário dedicado pelos dois homens à memória de Ália Vagelia Ávita, de 26 anos, mostra que a criança não sobreviveu por muito tempo ao desaparecimento da mãe ou que ambas morreram no parto.
Os nomes da jovem mãe e do seu pai remetem para famílias ricas da sociedade emineense com uma dupla origem indígena e romana. Vagellia é mesmo nome de uma gens da península itálica. Outras inscrições funerárias encontradas em Conimbriga provam que as mesmas famílias existiam nas duas cidades vizinhas. Aliás, a tipologia dos monumentos e o calcário de Ançã de que são feitos sugerem uma oficina comum.”

Altar funerário do Museu de Machado de Castro

O mesmo altar um pouco mais de perto
A terceira imagem mostra uma urna encontrada no mesmo sítio e dedicada a um romano de nome Aurélio Rufino. Demais, não é verdade? Tudo isso fica exposto na área que os especialistas chamam de criptopórtico, uma galeria de dois pisos que sustentava o fórum de Aeminium. Pois é: o museu tem como “alicerce” uma estrutura dos tempos da Roma Antiga. E não é uma estrutura qualquer. Trata-se do maior edifício romano preservado em Portugal.

Urna funerária dedicada a um romano de nome Aurélio Rufino
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