Algum tempo atrás, vasculhando a internet atrás de informação confiável sobre o Mosteiro de Alcobaça, descobri um livro excelente sobre a Ordem de Cister. Trata-se de O Esplendor da Austeridade, obra organizada pelo historiador, jornalista e ensaísta José Eduardo Franco. Reproduzo a seguir 2 ou 3 parágrafos, extraídos de um artigo assinado por V.G. Teixeira.
“Portugal foi extremamente importante na história de Cister, tal como Cister foi relevante no processo de afirmação do Reino de Portugal como entidade política autónoma. Desde a (re)fundação cisterciense de Tarouca em 1144, depois de várias tentativas de fixação dos Monges Brancos em Portugal sob patrocínio e proteção de D. Afonso Henriques e da aristocracia portucalense, até à exclaustração de 1834, Cister foi uma das mais destacadas instituições religiosas da história nacional, moldando mentalidades, animando cultural e educacionalmente, arroteando terras, explorando, produzindo, como pioneiros de povoamento, entre outras realizações.”
“Os séculos 12 e 13 foram as centúrias do apogeu de Cister em Portugal, como em toda a cristandade, destacando-se a abadia de Alcobaça, a maior do reino e uma das maiores da Ordem. As comunidades cistercienses sofreram as mesmas vicissitudes que as das outras ordens religiosas a partir de Trezentos, com o declínio económico, espiritual e demográfico que provocou a reforma da Ordem no século 16, quando se instituiu a Congregação de Alcobaça.
A malha conventual foi renovada, em termos estruturais e de formação dos monges, assumindo a estética do Barroco de forma imponente no panorama monástico português. O património, material como imaterial, de Cister em Portugal é enorme, com um legado impressivo, mesmo depois da extinção de 1834.”
© Fotos: Eduardo Lima / Walkabout – Todos os direitos reservados
Aqui, uma reportagem da RTP2 sobre o livro.