Pois é. Durante o mês de junho, período das festas dos santos populares, os portugueses comem, em média, 13 sardinhas por segundo. Com um detalhe: o consumo nunca foi tão baixo quanto é hoje. Não que as pessoas estejam enjoando do peixe, muito pelo contrário. O problema é que a população de sardinhas vem caindo ano a ano na costa portuguesa.

Sardinhas: elas estão sumindo misteriosamente das águas portuguesas
Segundo o jornal Público, a pesca de sardinhas em Portugal caiu de 64 mil toneladas em 2010 para 32 mil em 2012, 28 mil em 2013 e apenas 16 mil em 2014. O motivo? Cientistas se esforçam para explicar, mas ainda não têm a menor ideia do que está acontecendo. “Ironicamente, o declínio coincide com um momento de certo júbilo”, escreve o jornalista Ricardo Garcia, “quando a pesca de cerco à sardinha em Portugal recebeu um selo internacional de actividade sustentável.”

Uma vendedora de peixes no tradicional Mercado do Bolhão, Porto
Aí o leitor deste blog pergunta: “por que diabos o sujeito está escrevendo sobre sardinhas em um espaço dedicado a patrimônios da humanidade? Eh pá, não fiquei maluco, não. Este post, na verdade, é duplamente patrimônio mundial. Primeiro, porque a sardinha faz parte da dieta mediterrânea, declarada patrimônio imaterial da humanidade em 2013. Depois, porque estas fotos foram feitas no tradicional Mercado do Bolhão, centro histórico do Porto – classificado pela Unesco em 1996.
© Fotos: Eduardo Lima / Walkabout – Todos os direitos reservados