LUGAR DE MEMÓRIA

LUGAR DE MEMÓRIA

Mosteiro da Batalha, patrimônio mundial desde 1983. A Comissão Nacional da UNESCO em Portugal descreve assim o monumento: “Para a manutenção da independência do reino português, a vitória dos exércitos de D. João I sobre as tropas de Castela, teve um … Continuar lendo

Cap 4 – BATALHA (NAVE E CLAUSTRO)

Destas oito imagens do Mosteiro da Batalha, devem sobrar apenas duas. Quais você escolheria? Detalhe: elas não podem ser do mesmo ambiente. Uma tem de retratar, obrigatoriamente, a nave, e a outra, o claustro. Tenho as minhas preferidas, por óbvio, … Continuar lendo

SONO ETERNO PARA REIS E SOLDADOS

Um passeio pelo Mosteiro da Batalha, que, no passado mês de maio, foi alçado à categoria de panteão nacional. As fotos são inéditas, todas produzidas durante minha visita ao monumento em setembro de 2014.

Fachada lateral

Fachada lateral

No website da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), lê-se assim sobre o mosteiro:

“Se há monumento que se identifica precocemente com o estatuto de Panteão Nacional, esse é o Mosteiro da Batalha. Porque em todo o seu espaço, como que numa representação da realidade social que forja uma identidade, encontram-se sepultados quem representa as elites governativas, o povo comum e os artistas.”

Nave central e capela-mor

Nave central e capela-mor

Nave central

Nave central

“A Capela do Fundador é documentadamente o primeiro Panteão Régio, mandado erguer expressamente por D. João I em 1426, com esse claro propósito, aí ficando sepultado, conjuntamente com Dª Filipa de Lencastre, no centro do octógono. Esse estatuto foi sendo reafirmado, nos anos seguintes, ao longo da 2ª Dinastia, com a deposição dos restos mortais, nesta mesma capela funerária, do infante mártir, D. Fernando, dos infantes D. João e D. Henrique e, mais tarde, num ato de reconciliação póstuma por parte de D. Afonso V, dos restos mortais de seu tio e regente, D. Pedro, morto na Batalha de Alfarrobeira (1449).”

Capela do Fundador

Capela do Fundador

Capela do Fundador

Capela do Fundador

Capela do Fundador

Capela do Fundador

Capela do Fundador

Capela do Fundador

D. Duarte encomendou a mestre Huguet a construção de uma nova capela funerária, também para si e seus descendentes, obra que nunca chegou a ver terminada por motivo da sua morte precoce (em 1437), quase coincidente com a morte de mestre Huguet, um ano após. Na espera que a nova capela fosse terminada – D. Duarte teve sepultura provisória na capela-mor da Igreja; seu filho, D. Afonso V, na Sala do Capítulo conjuntamente com o príncipe D. Afonso de Portugal (o primogénito de D. João II, morto aos 16 anos em queda do cavalo); D. João II, após a trasladação de Silves em 1499, na capela de Nª Srª da Piedade. Pelo que também a Sala do Capítulo (até finais do século 19) e a igreja (até aos anos 30 do século 20, altura em que D. Duarte foi trasladado para as Capelas Imperfeitas), foram panteões régios e nobiliárquicos.”

Claustro

Claustro

Claustro

Claustro

“Apesar de D. Manuel, o Venturoso, ter impulsionado significativamente as obras nas capelas iniciadas por D. Duarte, com o objetivo muito provável de aí também ser tumulado, acabou por desviar-se dessa sua intenção inicial, mandando construir o Mosteiro dos Jerónimos de Lisboa. E quando em 1921 a nação portuguesa decidiu trasladar para a Sala do Capítulo os dois soldados desconhecidos mortos na 1ª Grande Guerra e aqui os homenagear em permanência, essa função de lugar memorial sofreu um significativo impulso e amplitude, porque no Mosteiro da Batalha, para além das elites régias e nobiliárquicas, a partir desta data, ficaram também representadas as gentes anónimas que deram a vida pela sua pátria. Mas além do mais, caso raro ou mesmo único na sua época, tendo em conta o estatuto dos artistas, uma das maiores figuras da arte e arquitectura portuguesa e criador do ‘manuelino’, Mateus Fernandes, morto em 1515, teve a honra de ser sepultado no mosteiro, onde hoje jaz à entrada da igreja.”

Claustro

Claustro

Claustro

Claustro

“Num monumento onde, entre outros, estão sepultados quatro reis e três rainhas, um regente, um príncipe e três infantes, dois soldados desconhecidos e um artista, é um monumento que justifica plenamente o estatuto de Panteão Nacional, com esse estatuto encerrando-se, assim também, neste começo do século 21, um ciclo de reconhecimento do mosteiro como lugar de memória identitária por excelência.”

Capelas Imperfeitas vistas pelo lado de fora do mosteiro

Capelas Imperfeitas vistas pelo lado de fora do mosteiro

© Foto: Eduardo Lima / Walkabout – Todos os direitos reservados

SETE CAPELAS RADIANTES

SETE CAPELAS RADIANTES

De volta ao Mosteiro da Batalha para mais uma visita às Capelas Imperfeitas (na foto, vistas pelo lado de fora). “Imperfeitas”, não porque tenham algum problema de projeto, uma falha estrutural ou qualquer coisa desse tipo. O termo equivale a … Continuar lendo

PANTEÃO RÉGIO

A Capela do Fundador, no Mosteiro da Batalha: glória ao rei D. João I e à rainha D. Filipa

A Capela do Fundador, no Mosteiro da Batalha: glória ao rei D. João I e à rainha D. Filipa

O túmulo do casal real: maior arca gótica quatrocentista em Portugal

O túmulo do casal real: maior arca gótica quatrocentista em Portugal

A abóbada estrelada da capela: arquitetura ousada

A abóbada estrelada da capela: arquitetura ousada

Três imagens da Capela do Fundador, um dos ambientes mais fascinantes do Mosteiro da Batalha. O website do monumento informa o seguinte sobre esse lugar:

“Encostada à direita da fachada principal, ergue-se a Capela do Fundador. Não estando prevista no plano inicial do mosteiro, deve-se à decisão de D. João I fazer um panteão familiar, tendo cabido a mestre Huguet a responsabilidade do seu planeamento e construção, concluída por volta de 1433/34. É um espaço cheio de significado histórico e artístico. Com ele surge, pela primeira vez em Portugal, um local próprio exclusivamente destinado a panteão régio. São importantes as suas propostas, arquitetónicas e escultóricas. De planta quadrangular, transmuta-se ao centro num octógono coberto com uma complexa abóbada estrelada que se transforma em autêntico dossel glorificador do rei D. João I e da rainha D. Filipa de Lencastre, inumados em grandiosa arca tumular.

Sobre a tampa desta que é a maior arca gótica quatrocentista em Portugal estão esculpidos os jacentes emparelhados do casal régio, mão dada, cobertos por baldaquinos com os seus escudos de armas; no rebordo, por entre ramos e folhas, as suas divisas Y me plet e por bem; nas face, duas longas inscrições em latim resumem os seus méritos e ações; na cabeceira, a cruz da Ordem da Jarreteira (que D. João recebeu) com a inscrição hinny soit qui mal y pense.”

© Fotos: Eduardo Lima / Walkabout – Todos os direitos reservados

UMA PORTA PARA O CÉU

Mais algumas fotos das Capelas Imperfeitas – agora, por dentro. No post anterior, você leu que, em virtude das mortes do rei D. Duarte em 1437 e do arquiteto Huguet no ano seguinte, as obras do panteão foram abandonadas. O site oficial do Mosteiro da Batalha termina de contar essa história assim:

“No reinado de D. Manuel, com vista à conclusão do panteão foi alterado o projeto inicial, conferindo-lhe maior monumentalidade. É deste período o sumptuoso portal, totalmente esculpido, concebido e executado sob a direção de Mateus Fernandes, um dos grandes mestres manuelinos, tendo sido concluído nos primeiros anos do século 16. As sete capelas funerárias também foram concluídas na época de D. Manuel e têm nas suas abóbadas chaves esculpidas com escudos de armas e emblemas que identificam o seu destinatário.”

O portal das capelas: executado por Mateus Fernandes

O portal das capelas: executado por Mateus Fernandes

“Reinando já D. João III foi ainda levantada, sobre o portal, a varanda renascença, datada 1533, com estrutura e decoração de raiz italiana, atribuída a Miguel de Arruda que, seguramente, a concluiu. Panteão duartino, só nos anos quarenta do século 20 foi, por fim, aqui depositado na capela axial, o túmulo duplo do rei D. Duarte e da rainha D. Leonor, num reencontro talvez definitivo com a história.”

Sobre o pórtico, a varanda: atribuída a Miguel de Arruda

Sobre o pórtico, a varanda: atribuída a Miguel de Arruda

© Fotos: Eduardo Lima / Walkabout – Todos os direitos reservados

PERFEITAMENTE IMPERFEITAS

PERFEITAMENTE IMPERFEITAS

Eis o Panteão de D. Duarte visto ao cair da noite, pelo lado de fora do Mosteiro da Batalha. Não sabe do que se trata? Talvez você saiba, sim, só não esteja ligando o nome ao lugar. Estamos diante das … Continuar lendo