Eis o palácio construído no topo de Castelo Rodrigo por Cristóvão de Moura – ou melhor, o que restou dele. Minha sugestão: visite-o de manhã bem cedo ou no fim da tarde. Dica óbvia, eu sei, ela vale para qualquer lugar. Acontece que as ruínas do palácio não são nada óbvias, e por um só motivo: sua localização. Elas ocupam o ponto mais alto da aldeia, acima dos 800 metros de elevação. De lá, o visual é incrível. Com as ruínas no primeiro plano, então, nem se fala.
O site Aldeias Históricas de Portugal conta assim a história do palácio: “A dinastia filipina que subiu ao trono português em virtude da crise sucessória de 1580, desencadeada pela morte do Rei Sebastião na Batalha de Alcácer-Quibir, teria impacto directo no velho burgo de Castelo Rodrigo. Efectivamente, Cristóvão de Moura, filho de um antigo alcaide da vila e figura-chave de sua diplomacia durante a crise de sucesso de 1580, mandou construir em Castelo Rodrigo o seu palácio no preciso local onde se situava a alcáçova.”
“A importância deste homem na administração de Portugal durante o domínio filipino fica bem patente no facto de Filipe II de Espanha ter elevado a localidade a condado, tendo atribuído o título de conde ao seu conselheiro predilecto, D. Cristóvão de Moura (1640). Com a morte do soberano, seu sucessor, Filipe III de Espanha, elevou o condado a marquesado (1600), passando seu titular a ostentar o título de 1º Marquês de Castelo Rodrigo.
Com a Restauração da Independência, o paço foi arrasado pela população (que o via como uma marca do domínio espanhol, mesmo tendo o seu promotor falecido há quase três décadas), permanecendo em ruínas até a actualidade. Com relevância militar ainda nos séculos 18 e 19, o palácio sofreu obras de consolidação, mas só muito recentemente foi alvo de uma intervenção de ‘consolidação de ruína’, promovida pelo IPPAR [Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico] com o apoio das Aldeias Históricas de Portugal, constituindo hoje um espaço simbólico onde é possível promover eventos de índole cultural.”
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