São de arrepiar a beleza e a complexidade do pórtico de entrada do Mosteiro da Batalha. Passe os olhos com calma pelas imagens e repare nos detalhes, na simetria, no conjunto. Um espetáculo, caso único na história da arte portuguesa. O site oficial do monumento o descreve assim:
“De cada lado da entrada, debaixo de baldaquinos de lavor requintado, perfilam-se os Apóstolos, seis de cada lado, dispostos sobre bases que assentam em mísulas historiadas. Por cima dos Apóstolos, dispõe-se um conjunto de personagens definidor do mundo celeste: nas duas primeiras arquivoltas, virgens, mártires e confessoras; papas, bispos, diáconos, monges e mártires com a sua palma, como que convidando os que entram no templo a imitarem as suas virtudes. Nas duas arquivoltas seguintes estão os reis de Judá, antepassados de Maria e em cuja linhagem entroncava o próprio Cristo, e os profetas e patriarcas cujo ministério da palavra ou testemunho de vida anuncia o Novo Testamento.”

Apóstolos no pórtico de entrada do Mosteiro da Batalha
“As duas arquivoltas mais interiores estão ocupadas por figuras angélicas: as primeiras, sentadas, são anjos músicos; as segundas, de pé, representam serafins, com três pares de asas. Se aqueles anunciam a aproximação ao trono de Deus, apelando para a música suavíssima que é apanágio da felicidade do Paraíso, estes são, na hierarquia dos anjos, os que mais próximos estão da divindade.”

Os reis de Judá, profetas e anjos músicos também adornam o pórtico
“É no tímpano que a figura de Deus domina, literal e simbolicamente, toda esta majestosa composição. Ao centro, sentado sobre um trono e coberto por um baldaquino, Deus é retratado na figura de um ancião, revestido de uma imagem imperatorial que se afirma pelo gesto de poder da mão direita erguida e pelo globo do mundo sobre o qual repousa a mão esquerda. A ladeá-lo, os quatro evangelistas sentados, a ler ou anotar os livros, acompanhados dos seus animais simbólicos: S. João com a águia, S. Marcos com o leão, o boi com S. Lucas e S. Mateus com o anjo. Este grandioso conjunto remata-se com a cena da Coroação da Virgem.”

O centro da composição é dominado pela figura de Deus
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