Cap 4 – BATALHA (CAPELA DO FUNDADOR E CAPELAS IMPERFEITAS)

Mais uma rodada de pré-edição das fotos do Mosteiro da Batalha, produzidas em duas viagens a Portugal: 2009 e 2014. Desse conjunto de 11 imagens, restarão apenas quatro, duas de cada ambiente. Quais você escolheria? Deixe um comentário com a … Continuar lendo

SONO ETERNO PARA REIS E SOLDADOS

Um passeio pelo Mosteiro da Batalha, que, no passado mês de maio, foi alçado à categoria de panteão nacional. As fotos são inéditas, todas produzidas durante minha visita ao monumento em setembro de 2014.

Fachada lateral

Fachada lateral

No website da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), lê-se assim sobre o mosteiro:

“Se há monumento que se identifica precocemente com o estatuto de Panteão Nacional, esse é o Mosteiro da Batalha. Porque em todo o seu espaço, como que numa representação da realidade social que forja uma identidade, encontram-se sepultados quem representa as elites governativas, o povo comum e os artistas.”

Nave central e capela-mor

Nave central e capela-mor

Nave central

Nave central

“A Capela do Fundador é documentadamente o primeiro Panteão Régio, mandado erguer expressamente por D. João I em 1426, com esse claro propósito, aí ficando sepultado, conjuntamente com Dª Filipa de Lencastre, no centro do octógono. Esse estatuto foi sendo reafirmado, nos anos seguintes, ao longo da 2ª Dinastia, com a deposição dos restos mortais, nesta mesma capela funerária, do infante mártir, D. Fernando, dos infantes D. João e D. Henrique e, mais tarde, num ato de reconciliação póstuma por parte de D. Afonso V, dos restos mortais de seu tio e regente, D. Pedro, morto na Batalha de Alfarrobeira (1449).”

Capela do Fundador

Capela do Fundador

Capela do Fundador

Capela do Fundador

Capela do Fundador

Capela do Fundador

Capela do Fundador

Capela do Fundador

D. Duarte encomendou a mestre Huguet a construção de uma nova capela funerária, também para si e seus descendentes, obra que nunca chegou a ver terminada por motivo da sua morte precoce (em 1437), quase coincidente com a morte de mestre Huguet, um ano após. Na espera que a nova capela fosse terminada – D. Duarte teve sepultura provisória na capela-mor da Igreja; seu filho, D. Afonso V, na Sala do Capítulo conjuntamente com o príncipe D. Afonso de Portugal (o primogénito de D. João II, morto aos 16 anos em queda do cavalo); D. João II, após a trasladação de Silves em 1499, na capela de Nª Srª da Piedade. Pelo que também a Sala do Capítulo (até finais do século 19) e a igreja (até aos anos 30 do século 20, altura em que D. Duarte foi trasladado para as Capelas Imperfeitas), foram panteões régios e nobiliárquicos.”

Claustro

Claustro

Claustro

Claustro

“Apesar de D. Manuel, o Venturoso, ter impulsionado significativamente as obras nas capelas iniciadas por D. Duarte, com o objetivo muito provável de aí também ser tumulado, acabou por desviar-se dessa sua intenção inicial, mandando construir o Mosteiro dos Jerónimos de Lisboa. E quando em 1921 a nação portuguesa decidiu trasladar para a Sala do Capítulo os dois soldados desconhecidos mortos na 1ª Grande Guerra e aqui os homenagear em permanência, essa função de lugar memorial sofreu um significativo impulso e amplitude, porque no Mosteiro da Batalha, para além das elites régias e nobiliárquicas, a partir desta data, ficaram também representadas as gentes anónimas que deram a vida pela sua pátria. Mas além do mais, caso raro ou mesmo único na sua época, tendo em conta o estatuto dos artistas, uma das maiores figuras da arte e arquitectura portuguesa e criador do ‘manuelino’, Mateus Fernandes, morto em 1515, teve a honra de ser sepultado no mosteiro, onde hoje jaz à entrada da igreja.”

Claustro

Claustro

Claustro

Claustro

“Num monumento onde, entre outros, estão sepultados quatro reis e três rainhas, um regente, um príncipe e três infantes, dois soldados desconhecidos e um artista, é um monumento que justifica plenamente o estatuto de Panteão Nacional, com esse estatuto encerrando-se, assim também, neste começo do século 21, um ciclo de reconhecimento do mosteiro como lugar de memória identitária por excelência.”

Capelas Imperfeitas vistas pelo lado de fora do mosteiro

Capelas Imperfeitas vistas pelo lado de fora do mosteiro

© Foto: Eduardo Lima / Walkabout – Todos os direitos reservados

PÓRTICO FLAMEJANTE

Um mergulho no pórtico de entrada do Mosteiro da Batalha, obra-prima do Gótico Flamejante. Os textos que acompanham as imagens são da DGPC (Direção-Geral do Património Cultural).

Mosteiro da Batalha

Mosteiro da Batalha

“Quando nos aproximamos da fachada principal, deparamo-nos com um portal totalmente esculpido, definido por um arco de linhas curvas e contracurvas que acaba numa parte pontiaguda onde estão esculpidos os escudos de armas de D. João I e de D. Filipa de Lencastre.”

Mosteiro da Batalha

Mosteiro da Batalha

“No topo aparece Cristo coroando a Virgem e só depois, dentro do próprio arco, separando estas imagens das outras, é que aparece todo o resto. Este arco representa a Corte Celestial e tem seis arquivoltas de arco quebrado que, na parte superior, formam o tímpano onde estão os quatro evangelistas com os respectivos atributos e Cristo em Majestade.”

Mosteiro da Batalha Mosteiro da BatalhaMosteiro da Batalha

“As arquivoltas têm 78 imagens separadas entre si por baldaquinos e que, à medida que se aproximam do centro, representam um grau mais elevado na hierarquia da Igreja. São elas as seguintes: nas duas últimas arquivoltas, Santos, Santas e Mártires; na seguinte, os Reis de Israel;  depois, os profetas; na segunda, os anjos músicos com os instrumentos musicais medievais, como é o caso do órgão portativo, charamela, saltério, viola de arco etc.; e, na primeira, os serafins, representados com os seus três pares de asas e simbolizando o grau mais elevado na hierarquia angelical.”

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“Nas jambas do portal, temos 12 figuras que se destacam pelo seu tamanho, consideravelmente superior ao das outras. São elas os 12 Apóstolos, aqui também representados como sendo os pilares da Igreja, uma vez que se encontram a suportar todas as outras figuras, indicando claramente a simbologia do ide e espalhai pelos quatro cantos…

© Fotos: Eduardo Lima / Walkabout – Todos os direitos reservados