O Turismo de Portugal, em seu website, resume assim a história da Igreja de Nossa Senhora da Oliveira, em Guimarães – um dos mais eloquentes exemplos de arquitetura gótica no norte do país.
“As origens da Insigne e Real Colegiada de Nossa Senhora da Oliveira remontam ao mosteiro dedicado ao Salvador do Mundo, à Virgem Santa Maria e aos Santos Apóstolos, que foi fundado neste local pela condessa Mumadona Dias no ano 949. Para a proteção do mosteiro foi erguida uma fortificação que antecedeu o atual castelo de Guimarães. Pouco resta da construção original – cuja iconografia se presume ter sido tipicamente beneditina (em torno do Bem e do Mal) – embora se preserve no Museu Alberto Sampaio um capitel românico datado da segunda metade do século 12 e proveniente do portal principal da igreja. As arcadas do claustro e o portal da Sala do Capítulo, uma obra de excelente técnica construtiva, são um testemunho do melhor conjunto românico-mudéjar, em granito, de Portugal.
A invocação de Nossa Senhora da Oliveira terá surgido após 1342, com o reverdecimento de uma oliveira na praça fronteira, embora o local já fosse um importante centro de peregrinação para venerar uma imagem de Santa Maria – a mesma que foi alvo de devoção por D. João I em vésperas da Batalha de Aljubarrota. Com a vitória nesta batalha, e em cumprimento da promessa do rei, procedeu-se à remodelação do edifício. As obras prosseguiram pelo menos até 1413, tornando-se num marco da arquitetura gótica no norte do país. A grande janela do registo superior da fachada principal é integralmente dedicada à genealogia da Virgem. No retábulo da capela-mor, encontra-se a vetusta imagem de Nossa Senhora da Oliveira.
O edifício integra ainda elementos de características manuelinas, sobretudo a torre sineira reconstruída pelo prior D. Diogo Pinheiro em 1513, e na qual se encontra a capela funerária de seus pais. No final do século 17, o rei D. Pedro II mandou ampliar a capela-mor, em cuja abóbada se pode ver o seu brasão; data do mesmo período o cadeiral seiscentista com espaldares neoclássicos, que é outro dos destaques deste monumento, a par do retábulo do altar-mor (datado da segunda metade do século 18), do altar de prata da Capela do Santíssimo Sacramento e das grandes telas barrocas, atribuídas a Pedro Alexandrino, que decoram as paredes. O edifício sofreu intervenções durante os séculos 19 e 20. Em 1801, contra a vontade da população, a Câmara local cortou a oliveira que secularmente definira o espaço em frente da igreja.”
© Foto: Eduardo Lima / Walkabout