É por aqui que a gente entra, em grandessíssimo estilo, no Paço das Escolas, o lugar mais emblemático de Coimbra. Justamente por isso, trata-se de uma porta espetacular, carregada de símbolos que remetem à universidade. Mas tem um detalhe: as fotos reunidas aqui foram feitas em 2014, cerca de um ano antes da restauração que a deixou como nova.
A Porta Férrea de Coimbra tem mais ou menos essa cara desde o século 17. Sua história, no entanto, começa bem antes, no século 10, quando existia em seu lugar uma passagem de acesso à antiga cidadela, então denominada Paço da Alcáçova. O Turismo da UC escreve assim no seu website:
“Surgida nos anos finais do século 10, durante o período de dominação muçulmana, a Alcáçova – zona elevada da cidade onde residiam as autoridades, e com funções de defesa – viria a ser habitada pelos reis portugueses a partir de 1130, tornando-se o primeiro paço real do país. Hoje, não são já visíveis os elementos de arquitectura militar que protegiam a entrada da fortificação medieval, ainda que, no interior do edifício, perdurem vestígios dos dois torreões semicirculares que a flanqueavam.
Compreensivelmente, no segundo terço do século 17 – quando as preocupações com a segurança tinham perdido relevância e as próprias torres da cerca da cidade, de há muito, tinham sido convertidas em habitações – levantou-se a Porta Férrea, cuja iconografia adopta linguagem claramente universitária. A entrada e o exterior da Porta Férrea são coroados pela figura da Sapiência – a insígnia da Universidade, que figura também no empedrado do passeio que antecede a entrada.
Logo abaixo da Sapiência surgem, em posição central – um no interior e outro no exterior – os dois reis que marcaram a história da instituição: no exterior, D. João III, cuja estátua se encontra no pátio, e no interior da Porta Férrea, D. Dinis, o fundador da Universidade. Lateralmente, estão representadas as faculdades maiores: no lado exterior, Leis e Medicina; na face interior, Teologia e Cânones.”
© Fotos: Eduardo Lima / Walkabout