Esta semana, revisitarei aqui no blog o extraordinário Mosteiro de Alcobaça, um dos mais belos monumentos de Portugal, declarado patrimônio mundial em 1989. Trata-se, portanto, de uma obra-prima do gênio criativo da humanidade. Entre as justificativas para a inscrição do mosteiro na lista da UNESCO, destacam-se a grandiosidade das suas dimensões, a pureza e a luminosidade do seu estilo arquitetônico e o rigor da sua execução. O edifício é considerado um ícone da arte gótica cisterniense, testemunho da estética e do ideal ascético que caracterizam as primeiras construções da Ordem de Cister.
No website oficial do monumento, lê-se o seguinte sobre ele:
“A Abadia de Santa Maria de Alcobaça constituiu uma das mais importantes casas cistercienses da Península Ibérica no emergente Reino de Portugal. Fundada por D. Afonso Henriques em 1153, o monarca concede a Bernardo de Claraval a Carta de Couto, atribuindo à Ordem de Cister um território de cerca de 44 mil hectares cujos limites iam da Serra dos Candeeiros até à costa marítima, avançando para Norte até às cercanias de Leiria e para Sul até às de Óbidos. Este imenso território quase ermo enquadrava-se claramente na vocação agrícola e povoadora dos cistercienses, que procuravam locais isolados, ricos em água e solos férteis. Porém, esta motivação não esgota, certamente, as razões para tão vasta doação: importa referir o relevante papel político de Bernardo de Claraval, uma das figuras mais marcantes da Europa do século 12. Reflexo deste facto, terá sido a outorga por Afonso I de Portugal, então ainda não reconhecido por Roma como rei, da Carta de Couto, directamente a Bernardo de Claraval: tratava-se de conquistar para a sua causa a influência de uma personagem crucial junto da Cúria Romana. Sendo assim, a independência de Portugal está intrinsecamente ligada à implementação do Mosteiro de Alcobaça. Para os cistercienses, a constituição deste vastíssimo domínio consolidou em definitivo a sua posição na Península Ibérica.”
© Foto: Eduardo Lima / Walkabout – Todos os direitos reservados
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