AS CANHONEIRAS DA TORRE

Quem já esteve na Torre de Belém, declarada patrimônio mundial em 1983, sabe que ela é composta de cinco pavimentos, ou “andares”, aos quais o visitante tem acesso por uma claustrofóbica escada em espiral. Mas a visita não começa pela torre propriamente dita. Na verdade, ela tem início no baluarte, aquela estrutura mais baixa e horizontal que avança sobre o Tejo, conferindo ao monumento um formato de “L” ou “L” invertido.

A Torre de Belém pouco antes de ser aberta aos visitantes, em uma bela manhã de outono

A Torre de Belém pouco antes de ser aberta aos visitantes, em uma bela manhã de outono

O primeiro ambiente ao qual se tem acesso é a chamada bateria baixa. No website oficial da torre, encontram-se as seguintes informações sobre esse espaço:

“Passando a ponte levadiça e a porta principal, tem-se acesso ao interior do baluarte onde, a toda a volta, se dispunha a artilharia, nas 17 bocas das canhoeiras. O pavimento apresenta-se inclinado para o exterior, proporcionando às peças de fogo uma posição segura, permitindo também o escoamento das águas.

Ao centro, abre-se um pequeno pátio rectangular, o claustrim, com arcaria gótica a toda a volta, destinada a arejamento e saída de fumos resultantes dos disparos da artilharia. Sob a nave do baluarte, encontram-se alguns paióis, ao maior dos quais se tem acesso por uma escada do lado norte. Estes paióis eram destinados inicialmente a depósitos de aprovisionamentos, tendo sido utilizados, mais tarde, como masmorras. Voltando um pouco atrás, e à direita de quem passa o átrio da entrada, uma escada íngreme conduz ao terraço do baluarte.”

Um dos canhões da bateria baixa, que integra o baluarte da torre

Um dos canhões da bateria baixa, que integra o baluarte da torre

O terraço do baluarte visto do varandim da fachada sul

O terraço do baluarte visto do varandim da fachada sul

Em um dos painéis informativos exibidos na bateria baixa, o visitante aprende um pouco sobre o sistema defensivo de Lisboa do qual a Torre de Belém um dia fez parte. Reproduzo o pequeno texto a seguir:

D. João II (1455-1495) concebeu um plano pioneiro para a defesa da cidade de Lisboa. Previa a construção da Torre de Cascais e o cruzamento de fogo entre a Torre de São Sebastião, na margem sul, e um batelão fundeado a meio do Tejo. Entre 1514 e 1519, o rei D. Manuel I conclui este projecto mandando construir a Torre de Belém. A torre vai perdendo relevância estratégica e é, sucessivamente, posto aduaneiro, telégrafo, farol e posto de saúde. Nos séculos 19 e 20, foi objecto de obras de restauro significativas.”

Esquema de um canhão do tipo berço usado na Torre de Belém em meados do século 16

Esquema de um canhão do tipo berço usado na Torre de Belém em meados do século 16

As 17 canhoneiras dispostas em toda a volta da bateria baixa

As 17 canhoneiras dispostas em toda a volta da bateria baixa

O sistema de defesa que incluía outras duas torres, a de Cascais e a de São Sebastião

O sistema de defesa que incluía outras duas torres, a de Cascais e a de São Sebastião

© Fotos: Eduardo Lima / Walkabout – Todos os direitos reservados

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