Quarta-feira, 23 de setembro. O dia tinha começado cedo para mim. Pequeno-almoço improvisado no hotel, ali pelas 6 da manhã. Quinze minutos depois, já estava no carro, digitando “Pico do Areeiro” no Waze. Queria ver o sol nascer lá de cima, no topo do segundo pico mais alto da Ilha da Madeira (1.817 metros). E tudo acontecia, até aquela altura, exatamente como estava planejado. Só não contava com um imprevisto: o aplicativo acabou me levando pelo pior caminho possível. Em vez de sugerir a rota que passa por Poiso, utilizada pela maioria dos visitantes, o Waze me conduziu pela ER107 até a entrada de uma estrada florestal que só abriria às 9h. Sacramentou-se, assim, a primeira trave da viagem. Eu havia perdido o amanhecer no Areeiro.
Dei uma consultada nas minhas anotações, uma olhada rápida nos mapas e conclui que o melhor a fazer era seguir um pouco mais adiante, em direção ao Miradouro da Eira do Serrado. Foi lá que eu cliquei as primeiras fotos do dia, com uma vista privilegiada para a freguesia do Curral das Freiras.
Às 9h quase em ponto, estava de volta à entrada da estrada florestal, achando que ainda corria o risco de encontrá-la fechada. Só que não, a porteira já tinha sido levantada. Passei batido, doido para aproveitar, em algum cenário bacana, os raios de sol que de vez em quando conseguiam driblar o céu carregado. Pois não demorou quase nada até aparecer um lugar assim: o Miradouro do Paredão, com vistas incríveis do concelho do Funchal e também do Curral das Freiras.
Do Paredão, finalmente segui para o Pico do Areeiro, onde se inicia uma vereda (trilha) de 7 quilômetros até o Pico Ruivo – essa, sim, a montanha mais alta da Madeira, com 1.861 metros. Já era tarde, quase 11h30. A luz começava a ficar ruim. Mas dei de ombros e fui fotografando até o estômago reclamar da fome. Por volta das 13h, comecei a voltar para o Funchal – dessa vez, por Poiso, onde almocei um delicioso prego no bolo de caco. À tarde, tornei a circular pela Zona Velha da cidade.E voltei para hotel mais cedo. Estava exausto, precisando de uma ou duas horinhas de sono antes de sair para jantar.
© Fotos: Eduardo Lima / Walkabout – Todos os direitos reservados