Eis o Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, um dos patrimônios mundiais de Portugal mais populares entre os turistas. Você sabia que existe uma relação entre ele e a Amazônia brasileira? Sim, porque a cidade de Belém do Pará, primeira capital da Amazônia, deve seu nome ao mosteiro. Fundada por um português no final do século 17, ela foi inicialmente batizada Santa Maria de Belém do Grão Pará – não por acaso, mesmo nome da monumental igreja que integra o conjunto dos Jerónimos.
Em uma reportagem recente, a revista Port.com escreve assim sobre o Pará e sua profunda ligação com Portugal:
“Existem mapas de um estado do Brasil que identificam cidades como Alenquer, Almeirim, Aveiro, Baião, Barcarena, Bragança, Chaves, Faro, Melgaço, Óbidos, Oeiras, Ourém, Portel, Santarém, Soure e Viseu. Se algum dia encontrar um assim, não pense que se trata de um erro tipográfico, mas sim de um mapa do Pará. Este é um dos motivos para que não faltem paraenses a dizer que o seu estado é o “mais português do Brasil”, mas há muitos outros. O território do Pará é 13 vezes maior do que o de Portugal, inclusivamente até mais extenso do que Angola, mas a população portuguesa é em maior número do que a paraense, que se fica por pouco mais de 8 milhões de pessoas. Apesar de não ser dos estados estatisticamente mais relevantes dentro da demografia brasileira, é o terceiro com maior número de emigrantes portugueses, depois dos tão populosos Rio de Janeiro e São Paulo.
(…) Belém do Pará, a capital do estado, foi fundada por um português chamado Francisco Caldeira Castelo Branco, a 12 de janeiro de 1616. Nossa Senhora de Nazaré é “Padroeira do Pará” e “Rainha da Amazônia”, títulos oficializados em 1971, mas remonta há mais de 200 anos a devoção à figura que salvou o português D. Fuas Roupinho de cair de um precipício (pedaço da história de Portugal sobejamente conhecido por muitos paraenses). Conta a lenda que, por volta de 1700, o mestiço Plácido José Souza, filho de um português e uma indígena local, encontrou uma figura de santa junto a um ribeiro, e a levou para a barraca onde morava, mas que misteriosamente desaparecia para voltar ao local onde havia sido encontrada. A figura não tardaria a tornar-se objeto de veneração de muitas pessoas que rumavam a Belém, para agradecer promessas alcançadas. Atualmente, a veneração a Nossa Senhora de Nazaré tem expoente máximo no Círio de Nazaré, a maior procissão católica do Brasil, que todos os anos reúne mais de 2 milhões de pessoas na capital de uma município com 1,4 milhões de habitantes.”
© Foto: Eduardo Lima / Walkabout – Todos os direitos reservados
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