Um momento meio mágico no Mosteiro da Batalha, expoente máximo da arte gótica em Portugal. Eu ainda procurava o melhor quadro para a foto quando os dois ciclistas atravessaram a cena. Meu dedo indicador da mão direita instintivamente pressionou o disparador da câmera, quase como se tivesse vontade própria. Fiz quatro disparos. E saiu a imagem deste post, que revela como ficamos pequenos diante da monumentalidade do mosteiro.
“A data precisa do início da construção ninguém conhece”, informa a DGPC (Direção-Geral do Património Cultural) em seu Guião para Visita ao Mosteiro da Batalha. “Consta, no entanto, que tivesse começado a ser construído por volta de 1386 ou 1387, sob a direcção do mestre Afonso Domingues (…).”
Reproduzo a seguir outros três parágrafos do guião:
“Logo após o início da construção do monumento, o rei [D. João I] confiou sua tutela religiosa à Ordem de São Domingos – uma ordem instituída, especialmente vocacionada para a pregação e a salvação das almas. Era uma ordem mendicante, que privilegiava o estudo e que tinha como princípio base a renúncia à posse de bens temporais, vivendo em rigorosa pobreza e das esmolas que recebia. (…)
O local escolhido para a construção, cerca de 3 km do campo de batalha [Aljubarrota], foi a chamada Quinta do Pinhal, uma zona com cerca de 14 hectares, comprada a Egas Coelho, então seu partidário e companheiro de armas, e a sua mãe, Maria Fernandes de Meira. Essa localização ficava também perto das principais vias de comunicação daquele tempo, que davam acesso aos pontos mais importantes da região e a Lisboa.
Como não havia população aqui perto, a vila, hoje chamada de Batalha, nasceu associada à construção do mosteiro, uma vez que seus construtores precisavam de sítio para se instalar. De um pequeno núcleo habitacional, começaram a abrir-se ruas, estradas, etc., e, dessa forma, há medida que o tempo passava, foi elevada à categoria de vila a 18 de março de 1500 por D. Manuel I.”
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