Dos mais de 60 sítios arqueológicos já identificados no Vale do Côa, apenas três estão abertos à visitação: Penascosa, Canada do Inferno e Ribeira de Piscos. Em 2012, conheci os dois primeiros. O terceiro visitei este ano, em setembro passado. Um de seus highlights é o paredão que aparece na foto, a Rocha 13. Olhe bem para a imagem e você verá a silhueta de um auroque virado para a direita. Na verdade, há três auroques gravados nesse painel, mas só um deles é perceptível na foto. As gravuras são imensas e ficam rentes à margem esquerda do Côa. Seriam uma espécie de outdoor pré-histórico? Sim, os arqueólogos estão convencidos que era exatamente isso. As figuras foram riscadas ali – e com aquele tamanho todo – para que pudessem ser vistas à distância, da outra margem do rio. Qual era a intenção dos caçadores-artistas com isso? Bem… Essa é uma pergunta que permanece sem resposta.
A visita ao núcleo de arte rupestre da Ribeira de Piscos começa no centro de recepção do parque arqueológico em Muxagata. Os visitantes percorrem cerca de 5,5 quilômetros em veículo 4×4, sempre à beira do riozinho que leva o nome de Ribeira de Piscos, afluente do Rio Côa. Quando o jipe não tem mais como seguir em frente, todo mundo salta do carro para mais ou menos 500 metros de caminhada até as primeiras gravuras visitáveis. O sítio arqueológico tem 28 rochas gravadas, 22 delas com representações paleolíticas. Mas apenas 3 ou 4 podem ser vistas de perto.
Foto: Eduardo Lima / Walkabout – Todos os direitos reservados
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