Quem visita o Convento de Cristo sem conhecer sua história deve achar tudo muito estranho logo de cara. Afinal, é essa muralha defensiva que recepciona os visitantes. Até se deparar com a igreja, lá dentro do complexo, a impressão que se têm é a de estar entrando em uma fortaleza. E é isso mesmo: muito mais que um convento, aquilo tudo foi um forte – o castelo templário da Ordem de Cristo.
Reproduzo aqui a descrição do monumento feita pela RTP em sua plataforma educativa.
“Na portuguesa terra dos Templários há um tesouro escondido, túneis subterrâneos, mitologias e lendas que têm nestes cavaleiros os protagonistas principais. Mistérios à parte, está nos livros que os Templários participaram nas lutas da Reconquista e fizeram de Tomar a sua fortaleza. Em 1160 começam a construir o castelo e, dentro dele, um convento onde cada pedra conserva diferentes capítulos da história de Portugal.
A entrada é feita através de um pórtico, todo ele uma escultura da autoria de João e Diogo de Castilho. Na igreja primitiva, erguida por vontade do mestre templário Gualdim Pais, encontra-se o oratório ou a Charola, raro exemplar em forma octogonal, onde os fiéis andavam à volta em oração. Com o rei D. Manuel, o santuário é engrandecido em esculturas, pinturas (Gregório Lopes) e talha dourada. Celebram-se as glórias da expansão marítima com novas construções e decoração exuberantes em estilo manuelino, que tem na famosa Janela do Capítulo a sua máxima expressão. No século 16, D. João III manda construir o claustro maior, obra renascentista mais importante da sua campanha.
Entretanto, em 1312, já a Ordem dos Templários havia sido transformada nos Cavaleiros de Cristo, tutelados pelo infante D. Henrique e que deles vai receber valiosos conhecimentos para a epopeia ultramarina. O navegador ordena a expansão do conjunto monacal. Fica, assim, o castelo a ser Templário e o mosteiro a pertencer à Ordem de Cristo.
Construído entre os séculos 12 e 18, este convento cruza tempos e linguagens artísticas que viajam pelo românico, gótico, manuelino, renascimento, barroco. Em 1983, a Unesco classificou-o Património Mundial.”
© Foto: Eduardo Lima / Walkabout – Todos os direitos reservados
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